David Bosch, em sua opus magnus, Missão Transformadora - Mudanças de Paradigma na Teologia de Missão, na introdução, apresenta três conceituações provisórias, quanto ao que seja missão:
Vejamos, em resumo, cada uma delas:
1 - O Cristianismo e missionário por sua própria natureza, ou nega a sua razão de ser.
2 - A missiologia, como ramo da disciplina da teologia cristã, não é um empreendimento desinteressado ou neutro; ela, procura, antes olhar o mundo a partir da perspectiva do compromisso com a fé cristã.
3- Ela nunca deveria ser encarada nos limites estreitos de nossas próprias predileções.
4 - A missão cristã dá expressão ao relacionamento dinâmica entre Deus e o mundo.
5 - O envolvimento da igreja na missão permanece um ato de fé sem garantias terrenas.
6 - A igreja começa a ser missionária não através de sua proclamação universal do evangelho, mas através da universalidade do evangelho que ela proclama.
7 - A natureza missionária da igreja não depende simplesmente da situação na qual ela se encontra em dado momento, mas está baseado no próprio evangelho.
8 - A missio Dei (missão de Deus) é a auto-revelação de Deus como aquele que ama o mundo.
9 - A tarefa missionária é tão coerente, ampla e profunda quanto o são a necessidade e as exigências da vida humana.
10 - Quando falamos de Deus, isto já implica o mundo como teatro da atividade divina.
11 - A missão inclui a evangelização como uma de suas dimensões essenciais.
12 - Nem uma igreja secularizada (isto é, uma igreja que se preocupa apenas com atividades e interesses deste mundo) nem uma igreja separatista (isto é, uma igreja que só se envolve em salvar alma e preparar os convertidos para o além) podem articular fielmente a missio Dei.
13 - A igreja-em-missão...Vivendo na tensão criativa, ao mesmo tempo, ser chamada para fora do mundo e ser enviada ao mundo, ela é desafiada a ser o jardim experimental de Deus na terra, um fragmento do reino de Deus, tendo "as primícias do Espírito (Rm. 8:23) como penhor do que há de vir (2 Cor.1:22).